SYMPLOCACEAE

Symplocos tenuifolia Brand

LC

EOO:

237.996,06 Km2

AOO:

368,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Aranha Filho; Martins, 2012); entre 800-1300m de altitude (Aranha Filho et al., 2007).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Symplocos tenuifolia </i>é uma espécie arbórea a arbustiva ocorrente em estados do sul e sudeste do Brasil em diferentes habitats. Possui extensão de ocorrência de 212.341,060km². Apesar de o ambiente onde ocorre estar sob um histórico de pressão antrópica e atualmente sofrer com a fragmentação, a espécie ocorre em áreas protegidas, além de ser amplamente distribuída e bem representada nos locais onde ocorre. Desta forma, <i>Symplocos tenuifolia </i>está sob baixo risco de extinção, sendo considerada Menos preocupante (LC), entretanto, estudos posteriores de redução populacional ou restrições biológicas poderão levá-la a uma nova avaliação futuramente.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Engl., Pflanzenr. IV. 242 (6): 71-72. 1901. Nomes populares: "Capororoca", "Capororoquinha", "Carne-de-vaca", "Congonha", "Maria-mole", "Maria-mole-miúda", "Orelha-de-gato", "Pessegueiro-bravo" e "Vauvú" (Aranha Filho et al., 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Em estudo fitossociológico, em um fragmento de floresta estacional semidecidual, no município de Itatinga, estado de São Paulo, foram amostrados 14 indivíduos por hectare (Ivanauskas et al., 1999). Em estudo de florística dos corredores ciliares em regeneração natural no planalto norte catarinense, Scariot & Reis (2010), afirmam uma densidade absoluta desta espécie de 7 indivíduos, porém não citam o tamanho da área amostrada. Em estudo realizado em área de floresta ombrófila mista, nos municípios de Bituruna, General Carneiro e Palmas, no estado do Paraná, foram amostrados um total de 4 indivíduos em 5 transecções de 5 km de extensão (Liebsch; Bos Mikich, 2009). Em estudo em área de Cerrado do Parque Estadual do Guartelá, no município de Tibagi, no estado do Paraná, foram amostrados 6 indivíduos, relacionados ao componente arbustivo-arbóreo, e 5 indivíduos relacionados ao componente subarbustivo, em uma área total de 0,125 ha (Carmo, 2006).

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em floresta ombrófila densa, floresta ombrófila mista, floresta estacional semidecidual e restinga (Aranha Filho; Meireles, 2009).
Habitats: 1 Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 3 Shrubland, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 4 Grassland, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 3.5 Subtropical/Tropical Dry, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland
Detalhes: Caracteriza-se por árvores, ocasionalmente arbustos, terrícola, podendo atingir de 1,5-15m de altura; floresce principalmente de Outubro a Dezembro, raramente de Setembro a Maio, frutifica principalmente de Dezembro a Março, raramente em Novembro, Abril ou Maio (Aranha Filho; Martins, 2012; Aranha Filho et al., 2007); apresenta síndrome de polinização zoofílica e dispersão zoocórica (Scariot; Reis, 2010); segundo Colonetti et al. (2009) possui síndrome de dispersão por autocoria.

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
NoBrasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária),era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maiorintensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande doSul (25%), apresentando manchas esparsas no sul de São Paulo (3%),internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%).Esta formação vegetacional, típica da região sul do Brasil, abriga componentesarbóreos de elevado valor comercial, como a Araucariaangustifolia (pinheiro) e Ocoteaporosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo deexploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem maisdo que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas nalista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A FlorestaOmbrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação daregião sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, masprincipalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentose queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura,reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonasurbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaramuma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
​A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha daflora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).
Ação Situação
4.4.3 Management
Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Estação Ecológica de Angatuba e Estação Ecológica de Assis, no Estado de São Paulo (CNCFlora, 2011).